Empate sem gols. Nada mais cruel para o Paysandu Sport Club, que viu suas chances de escapar do rebaixamento se esvairem como fumaça no Mangueirão. Na noite deste sábado, 13 de setembro de 2025, às 19h (UTC), o time paraense recebeu o América Futebol Clube — o Coelhão — em um confronto que poderia ter sido sua salvação. Em vez disso, o 0 a 0 deixou o Papão com apenas 18 pontos, na 18ª posição, a dois pontos da zona de descenso. Já o América-MG, com 27 pontos, respira aliviado, ainda que não brigue mais pelo acesso. A partida, válida pela 26ª rodada da Série B, foi marcada por oportunidades desperdiçadas, uma lesão precoce e uma defesa paraense que, mesmo sem brilho, fez o que precisava: segurou o placar.
Uma noite de pressão e falta de eficiência
O Paysandu entrou em campo com a intenção clara de atacar. O técnico Márcio Fernandes escalou Mateus Nogueira no gol, e apostou em Brian pela esquerda, tentando explorar o espaço que o América-MG deixava nas transições. Mas o que se viu foi um time com vontade, mas sem criatividade. As bolas paradas foram a única ameaça real — e mesmo assim, sem precisão. O centroavante não chegou a finalizar uma vez dentro da área nos 90 minutos. O meio-campo, desorganizado, não encontrou os espaços entre os jogadores mineiros, que se recolheram em bloco baixo. Já o América-MG, comandado por Alberto Valentim, jogou com cautela. A lesão de Dalbert aos 14 minutos, que obrigou a entrada de Paulinho, foi um golpe no plano tático. O lateral esquerdo, que vinha sendo peça-chave nas transições, saiu com dor muscular — um sinal de que a carga de jogos em pouco tempo está pesando no elenco. Mesmo assim, o Coelhão teve chances. Arthur chutou de fora da área na primeira etapa, e o goleiro Nogueira espalmou. No segundo tempo, Stênio teve uma chance clara logo aos 47 segundos, mas seu chute foi desviado por um zagueiro. No fim, Arthur recebeu uma bola na entrada da área, mas a defesa do Paysandu fechou o ângulo. Foi o suficiente.A defesa que salvou o América-MG
O nome que não aparece nos gols, mas que merece destaque, é o do goleiro Gustavo. Ele fez apenas uma defesa importante no segundo tempo — um chute de Éers, de fora da área, que ele espalmou com as costas da mão. Mas sua presença foi decisiva. O time mineiro, sem muita posse, confiou na organização defensiva. Ricardo Silva, capitão e líder da zaga, marcou presença em todas as bolas aéreas. O trio de zagueiros — ele, Lucão e Júlio César — não permitiu que o Paysandu montasse um ataque consistente. E quando o Papão tentou o contra-ataque, a pressão alta do América-MG forçou erros. "É uma vitória chave hoje pro Pai Sandu. E se não vencer já começa a estender caixão e vela preta. É tudo ou nada, mas a gente tá quase nisso", disse o narrador do canal Desimpedidos. Mas o empate não foi vitória para ninguém. Foi apenas sobrevivência para o América-MG, e mais um passo para o precipício para o Paysandu.Consequências na tabela: um mundo entre 18º e 8º lugar
A diferença entre o América-MG e o Paysandu não é só de nove pontos. É de mentalidade. Enquanto o Coelhão vive a fase de consolidar sua permanência na Série B — e talvez até sonhar com o acesso — o Papão luta para não descer à Série C. O Botafogo e o Atlético-GO, que também jogam neste fim de semana, estão a apenas um ponto de distância da zona de rebaixamento. Se o Paysandu não vencer os próximos jogos, a matemática fecha. E não há mais espaço para erros. O América-MG, por outro lado, tem uma vantagem importante: mais vitórias que os times que estão logo acima da zona de rebaixamento. Isso significa que, mesmo empatando, ele mantém uma margem de segurança. A próxima rodada, contra o Coritiba Foot Ball Club, no Estádio Independência, em Belo Horizonte, no dia 21 de setembro, às 16h, será um teste de maturidade. O Coelhão não precisa vencer — só não pode perder.Um estádio, uma cidade, uma paixão
O Mangueirão — com seus 45.028 lugares — não estava lotado. Mas quem estava lá, gritou. O Paysandu tem uma torcida fiel, mesmo na crise. O clube, fundado em 1914, é um símbolo do Pará. E mesmo com a equipe em crise, o estádio vibrou em cada tentativa de ataque. A reforma de 2012, feita para a Copa das Confederações, deixou o local moderno — mas não trouxe resultados. A torcida quer ver o time jogar, e não apenas sobreviver.O que vem a seguir?
O Paysandu enfrenta o Ceará Sporting Club no próximo sábado, 27 de setembro, em Fortaleza. É um jogo fora de casa, contra um time que também luta para não cair. Não há mais espaço para deslizes. Se perder, o rebaixamento se torna quase certo. Já o América-MG, com o elenco cansado e o calendário apertado, terá de gerenciar bem os jogadores. A lesão de Dalbert é um alerta. Se mais um jogador sair, a equipe pode desmoronar.Frequently Asked Questions
Por que o empate foi tão ruim para o Paysandu?
O empate foi devastador porque o Paysandu precisava da vitória para manter esperanças de escapar da zona de rebaixamento. Com 18 pontos, o time está a quatro pontos do 17º colocado e a sete do 15º — a última posição que garante a permanência. Em uma competição tão equilibrada, cada ponto conta. Um empate como este, em casa, contra um time que não está em busca de acesso, é um erro tático e psicológico.
Qual o impacto da lesão de Dalbert no jogo?
A lesão de Dalbert aos 14 minutos forçou o América-MG a mudar seu esquema defensivo e ofensivo. O lateral era uma das principais armas nas transições, e sua saída reduziu a amplitude do time. Paulinho, que entrou, é mais defensivo. Isso fez o América-MG recuar ainda mais, o que facilitou a defesa do Paysandu, mas também reduziu as chances de gol do Coelhão. A lesão pode ter consequências maiores na próxima rodada, com o calendário apertado.
O América-MG ainda tem chances de subir para a Série A?
Matematicamente, ainda é possível, mas muito improvável. O Coelhão está com 27 pontos, 11 atrás do líder, o Cuiabá. Para chegar ao topo, precisaria vencer todos os seus jogos restantes e esperar que os líderes perdessem quase todos. O foco agora é manter a posição na Série B — e evitar o rebaixamento, que ainda é uma ameaça para times como o Botafogo e o Atlético-GO.
Por que o técnico Márcio Fernandes não fez mudanças mais ousadas no segundo tempo?
Fernandes tentou, mas o elenco está limitado. O Paysandu tem poucos jogadores de qualidade no banco, e os titulares estavam exaustos. A entrada de Renan no ataque aos 30 minutos foi a única mudança ofensiva, mas ele não teve apoio. A falta de profundidade no elenco é o grande problema: o time não tem substitutos capazes de mudar o jogo. Isso reflete uma crise estrutural, não apenas tática.
O que o Mangueirão representa para o Paysandu hoje?
O Mangueirão é o último refúgio da torcida. Mesmo com a equipe em crise, o estádio ainda recebe milhares de torcedores — uma demonstração de lealdade rara no futebol atual. Mas a pressão também é imensa. Jogar em casa não é mais uma vantagem: é uma obrigação. E quando o time não entrega, a decepção é maior. A torcida quer vitórias, não apenas lutas.
Quem é o maior rival do Paysandu na luta contra o rebaixamento?
O maior rival é o tempo. Mas entre os times, o Ceará, o Botafogo e o Atlético-GO são os mais próximos na tabela. O Paysandu enfrenta o Ceará na próxima rodada — um jogo direto de rebaixamento. Se perder, a situação fica insustentável. O time precisa de uma sequência de vitórias, e não de empates que não resolvem nada.
