Na noite de 14 de novembro de 2025, no Vila Belmiro, em Santos, São Paulo, Neymar Da Silva Santos Junior, aos 33 anos, não apenas perdeu um jogo — perdeu o controle. Com o Santos FC perdendo por 0 a 2, ele parou no meio do campo, mãos levantadas, cabeça balançando, como se o próprio campo tivesse virado um palco de desespero. Não foi um grito. Não foi um protesto técnico. Foi um silêncio que gritou mais que qualquer palavrão. E a torcida, que já o idolatrava, agora apenas sacudia a cabeça. "A cena mais Neymar da história", comentou um torcedor no Twitter. A imprensa brasileira, por outro lado, chamou de "colapso tático e emocional". O que aconteceu depois? Ele foi substituído. E, ao invés de ir para o vestiário, se virou para o árbitro Savio Pereira Sampaio e começou a protestar — de forma lenta, deliberada, quase teatral. A BeIn Sports chamou de "atitude inaceitável". E aí, o caldo transbordou.
"Ele tem razão, mas não foi desrespeitoso"
Menos de duas horas após o fim do jogo, o técnico Juan Pablo Vojvoda tentou acalmar a tempestade. "Neymar estava certo de estar irritado. Mas não foi desrespeitoso. Foi a reação natural de alguém que quer salvar o time", disse ele, em coletiva. O diretor de futebol do Santos, Alexandre Matos, foi ainda mais longe: "Gênios são sempre mal compreendidos. Ele é humano. Erra, se machuca, se frustra. Mas é um cara gentil, humilde." Essas palavras soaram como um apelo — não como uma defesa. Porque, na verdade, ninguém mais está convencido.
Um jogador ferido, um time à deriva
Essa cena não aconteceu no vácuo. O Santos vive seu pior momento em décadas. Em outubro, sofreu uma derrota de 6 a 0 em casa — a pior da história do clube na era profissional. O técnico anterior foi demitido. A torcida, antes apaixonada, agora vai aos estádios com o rosto fechado. Neymar, que assinou uma extensão de contrato até o fim de 2025 com o claro objetivo de se preparar para a Copa do Mundo da América do Norte de 2026, está longe de ser o jogador que um dia dominou o mundo. Desde outubro de 2023, não veste a camisa da seleção brasileira. Uma lesão no joelho o afastou. Agora, uma nova lesão no músculo da coxa o manterá fora até pelo menos novembro de 2025, segundo o departamento médico do clube. O técnico da seleção, Carlo Ancelotti, ainda o considera "um jogador muito importante". Mas não basta ser importante. É preciso estar presente. E em forma.
As redes explodem — e o passado volta
Menos de 72 horas antes do confronto com o adversário não identificado, Neymar havia entrado em guerra com a imprensa. A Globo Esporte publicou que ele teria se desculpado, em particular, com Vojvoda por seu comportamento em uma substituição anterior. Neymar respondeu com uma publicação em redes sociais: "Outra mentira de jornalista péssimo. Só falo com quem me respeita. E esse aí é um s-----". A Sports Illustrated confirmou a autenticidade da mensagem. O que parecia um desabafo isolado virou um símbolo: um jogador que não suporta crítica, que não aceita orientação, que vê inimigos onde há apenas jornalistas fazendo seu trabalho. E isso, para a diretoria do Santos, é um risco maior do que qualquer derrota.
O que está em jogo? Não é só o clube
O Santos está na zona de rebaixamento da Série A do Campeonato Brasileiro. Cada ponto importa. Cada jogo é uma batalha. Mas o que mais preocupa não é o placar — é o clima. A equipe perdeu a confiança. Os jogadores mais jovens não sabem mais quem seguir. Neymar, teoricamente, deveria ser o líder. Mas sua atitude no campo, seus protestos, sua recusa em se submeter ao treinador, tudo isso está minando sua autoridade. O próprio Vojvoda admitiu, em entrevista reservada, que "a influência dele no vestiário está em queda livre". E aí entra o maior medo: e se ele não for convocado para a Copa do Mundo da América do Norte de 2026? O Brasil já tem atacantes jovens em ascensão — Vinícius Jr., Rodrygo, Endrick. Neymar, se não se comportar, pode ser visto como um peso, não como uma estrela.
O que vem a seguir?
Agora, tudo depende de dois fatores: a recuperação física e a reconciliação emocional. Se Neymar voltar aos treinos sem lesões, ainda há tempo para se reabilitar. Mas se ele continuar a se isolar, a desafiar a diretoria, a provocar o árbitro e a atacar a imprensa, a porta da seleção se fechará. O próprio Ancelotti já disse, em entrevista à ESPN Brasil: "Não escolho jogadores por fama. Escolho quem está pronto para jogar. E quem está pronto para ser parte de um time."
Enquanto isso, o Vila Belmiro continua vazio. Os torcedores que ainda vão, não aplaudem. Apenas observam. E, quando Neymar entra em campo, muitos levantam os celulares — não para gravar um gol. Mas para registrar o próximo desabafo.
Frequently Asked Questions
Por que a cena de Neymar no Vila Belmiro gerou tanta reação?
A cena foi interpretada como um símbolo da desintegração da equipe: Neymar, o líder esperado, parou no campo em protesto silencioso, sem tentar ajudar ou incentivar os companheiros. Isso contrastou com o que a torcida espera de um ídolo — coragem, luta, liderança. A imprensa e os torcedores viram isso como abandono de responsabilidade, não como frustração legítima.
Neymar ainda tem chance de jogar a Copa do Mundo de 2026?
Tecnicamente, sim — mas a porta está se fechando. Ele precisa se recuperar da lesão na coxa até novembro, retornar aos treinos com regularidade, e, principalmente, mudar seu comportamento. A diretoria da CBF e o técnico Carlo Ancelotti valorizam desempenho e profissionalismo. Se ele continuar com conflitos e atitudes polêmicas, mesmo estando fisicamente apto, pode ser deixado de lado.
O Santos FC pode ser rebaixado por causa da crise de Neymar?
Não diretamente — mas indiretamente, sim. A instabilidade no vestiário, a falta de coesão tática e a distração gerada pelos escândalos afetam o desempenho coletivo. O Santos está na zona de rebaixamento com apenas 21 pontos em 18 jogos. Sem um líder real no campo, e com Neymar fora por lesão e conflitos, a chance de salvar-se é mínima — a menos que ele volte com atitude e foco.
O que os especialistas dizem sobre a relação de Neymar com a imprensa?
Especialistas em psicologia esportiva apontam que Neymar vive um ciclo de defesa e ataque: qualquer crítica é vista como um ataque pessoal, o que o leva a responder com agressividade. Isso cria um vácuo de confiança. Jornalistas, por sua vez, passam a cobrir com ceticismo, gerando mais desconfiança. O resultado? Um isolamento crescente que prejudica tanto sua imagem quanto seu desempenho.
Há precedentes de jogadores que perderam vaga na seleção por comportamento?
Sim. Em 2014, o então técnico Luiz Felipe Scolari deixou de convocar o meia Luiz Gustavo após uma polêmica com a imprensa, mesmo estando em boa fase. Em 2002, o lateral Cafu foi escolhido em vez de outros jogadores por liderança e profissionalismo — não só por talento. A seleção brasileira prioriza harmonia. Neymar, se não mudar, corre o risco de ser visto como um risco, não como um ativo.
O que o Santos pode fazer para resolver essa crise?
A diretoria precisa impor limites claros: reuniões obrigatórias com o técnico, avaliação de comportamento em campo, e, se necessário, multas por atitudes que prejudiquem o clube. Além disso, precisa fortalecer a liderança coletiva — não depender de um único jogador. Se Neymar não se alinhar, o clube terá que pensar no futuro sem ele, mesmo que isso signifique perder uma estrela.

Neymar é um menino chorão que nunca cresceu. Parou no campo como se fosse um filme de Hollywood, mas o futebol não é teatro, é luta. Se o time tá perdendo, você corre, grita, arrisca. Não fica lá com as mãos no ar como se o mundo tivesse acabado. Isso não é gênio, é fraqueza.