Como Débora Bloch se tornou Odete Roitman em 2025
Quando alguém fala em vilões marcantes das novelas, o nome Odete Roitman aparece entre os primeiros. Interpretada originalmente por Beatriz Segall, a personagem ganhou nova vida em 2025 com Débora Bloch, que mostrou que assumir um papel histórico não é só questão de decorar falas ou vestir roupas bonitas. É um mergulho, daqueles para não se fazer pela metade.
Bloch abriu o jogo sobre a complexidade desse desafio. Para ela, não se tratava apenas de replicar Beatriz Segall, mas de encontrar uma Odete que dialogasse com o público atual. "Eu sabia que as comparações seriam inevitáveis. Então decidi partir da admiração", contou. A primeira etapa foi de muita pesquisa visual: vídeos, entrevistas e cenas clássicas. Por dias, Débora ficou observando gestos, sorriso de canto e até o ritmo das frases que dominaram a novela de 1988.
Mas a transformação não ficou só nos trejeitos. Atores contam que, em certos papéis, a maquiagem vira personagem. No caso de Bloch, a equipe de caracterização não poupou detalhes: usaram próteses para copiar os famosos ossos do rosto de Segall. Isso ajudou a criar aquele ar distante, quase frio, que marcava a figura da vilã. Sobre o figurino, Débora foi além do clássico. Em conversa com os figurinistas, trouxe um ar mais contemporâneo à personagem, apostando em cores fortes e cortes retos, sem perder a sofisticação. Afinal, Odete Roitman sempre foi sinônimo de poder á primeira vista.

Carinho antigo e responsabilidade dobrada
O laço entre Débora e Beatriz nunca foi só profissional. O pai de Débora, Jonas Bloch, contracenou anos a fio com Segall nos palcos. Crescendo nos bastidores do teatro e da televisão, Débora se acostumou a ver de perto o talento daquela que considera uma mentora. "Fazer a Odete é, pra mim, uma homenagem pessoal. Beatriz marcava presença mesmo fora das cenas", comentou. Todo esse contato deu um peso afetivo para a preparação, além do compromisso profissional.
A ansiedade ficou ainda mais evidente quando foi ao ar a estreia da nova Odete Roitman, no dia 26 de abril. A primeira cena — uma ligação telefônica cheia de segundas intenções, anunciando o retorno da vilã ao Brasil — já bastou para gerar burburinho nas redes sociais. O público não perdoa deslizes quando mexem em ícones. Mas desta vez, as redes encheram-se de comentários elogiando a performance de Débora, que conseguiu dosar o respeito à original com um toque próprio: um olhar mais cínico, uma entonação mais dura, sem perder as referências que todo mundo esperava.
A aposta da Globo em Bloch foi vista como aquela passagem de bastão de uma geração a outra na dramaturgia. Muita gente comentou sobre como o remake trouxe uma releitura mais atual de Vale Tudo, sem deixar a nostalgia de lado. O equilíbrio entre homenagem e inovação ficou claro, mostrando que a novela, mesmo décadas depois, consegue surpreender com novos olhares sobre personagens já conhecidos.