Sorteio em Luque define os grupos e aquece a disputa
A Copa Libertadores 2025 ganhou forma com o sorteio em Luque, no Paraguai, e já colocou pressão nos favoritos. São 32 equipes divididas em oito grupos, e o atual campeão, Botafogo, encabeça o Grupo A após conquistar o primeiro título continental ao bater o Atlético-MG por 3 a 1 na decisão de 2024.
O pote 1 reuniu pesos pesados: Botafogo, River Plate, Palmeiras, Flamengo, Peñarol, Nacional, São Paulo e Racing. O Racing chegou ao pote dos cabeças de chave pelo título da Copa Sul-Americana, o que muda a dinâmica do cruzamento e equilibra o topo do chaveamento.
O Brasil terá sete representantes na fase de grupos — Botafogo, Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Internacional, Fortaleza e Bahia — um dos maiores contingentes do país na história recente. A presença em massa aumenta a chance de cruzamentos nacionais nas fases finais, ainda que, por enquanto, a ordem é fazer o dever de casa na primeira etapa.
Os grupos já entregam jogos pesados e viagens longas. Veja o que vem por aí nas chaves com confrontos já divulgados:
- Grupo A: Botafogo, Estudiantes (ARG), Universidad de Chile (CHI) e Carabobo (VEN). O Botafogo encara a tradição copeira do Estudiantes — quatro vezes campeão — e a rivalidade histórica chilena-argentina no caminho, além de um Carabobo que tende a fechar-se e jogar no erro.
- Grupo B: River Plate (ARG), Independiente del Valle (EQU), Barcelona SC (EQU) e Universitario (PER). O River lidera uma chave de alto nível: o IDV, campeão da Sul-Americana em 2019 e 2022, é duro em mata-mata e fase de grupos; o Barcelona SC conhece a competição como poucos; a Universitario carrega estádio cheio e pressão em Lima.
- Grupo C: Flamengo (BRA), LDU Quito (EQU), Deportivo Táchira (VEN) e Central Córdoba (ARG). A altitude de Quito (cerca de 2.850 m) é um fator central para o Flamengo, enquanto Táchira costuma ser indigesto em casa. O Central Córdoba chega com sede de surpreender.
- Grupo D: São Paulo (BRA), Libertad (PAR), Talleres (ARG) e Alianza Lima (PER). Três vezes campeão, o São Paulo reencontra um Libertad que costuma ser competitivo em Assunção; o Talleres vem em ascensão no cenário argentino; o Alianza se apoia na atmosfera de Lima.
- Grupo E: Fortaleza (BRA), Racing (ARG), Colo-Colo (CHI) e Atlético Bucaramanga (COL). O Fortaleza pega duas camisas pesadas — Racing e Colo-Colo — e um Bucaramanga que chega como surpresa colombiana, com força de jogo reativo.
Além dessas chaves, outras três ainda reservam confrontos fortes, com Palmeiras, Internacional e Bahia espalhados em grupos distintos e à espera de um calendário exigente. A combinação de viagens, gramados com perfis diferentes e cenários de altitude promete testar elenco por elenco.
A distribuição dos potes também ajuda a explicar alguns cruzamentos: cabeças de chave separados entre si, restrições geográficas reduzidas e a presença de campeões recentes misturados a emergentes criam grupos com cara de oitavas já na largada. Para quem sonha alto, pontuar fora de casa deixa de ser luxo e vira necessidade.

Calendário, premiação e o que esperar do mata-mata
A fase de grupos começa em 1º de abril e tem seis rodadas até 29 de maio de 2025. Depois, a competição dá uma pausa importante para acomodar o Mundial de Clubes, o que muda o planejamento físico e tático de todo mundo. Com o calendário continental fatiado, manter ritmo competitivo vira um desafio paralelo ao de ganhar pontos.
As datas do mata-mata já estão traçadas e apertadas, com janelas curtas para recuperação entre jogos decisivos:
- Oitavas de final: 12 a 21 de agosto
- Quartas de final: 16 a 25 de setembro
- Semifinais: 21 a 30 de outubro
- Final: 29 de novembro, no Estadio Monumental, em Lima
A escolha de Lima para a final coloca um palco conhecido no centro do mapa. O Monumental aguenta pressão, e a logística favorece torcidas de vários países, o que ajuda a inflar o clima de decisão única.
No caixa, a edição traz uma bolsa recorde de US$ 24 milhões em jogo, o que aumenta a urgência por cada ponto. Para muitos clubes, a receita da Libertadores influencia planejamento de contratações, equilíbrio de contas e até renovação de elenco no meio do ano.
O formato segue sem mudanças: os dois primeiros de cada grupo avançam direto às oitavas. Isso deixa pouco espaço para tropeços, especialmente em chaves com rivais fortes em casa. Quem largar vencendo viaja mais leve; quem começar mal pode ter de correr atrás na maratona de abril e maio.
Entre as histórias já no horizonte, a possibilidade de cruzamentos entre brasileiros no mata-mata é real, assim como clássicos regionais que a Conmebol, por ora, empurrou para depois. E há o alvo no peito do Botafogo: o campeão tenta o bicampeonato, algo que ninguém consegue desde o Boca Juniors em 2000-2001. A comparação é inevitável e deve pautar a pressão em cada rodada.
Também chama atenção a mistura de estilos: posse de bola técnica no Brasil e na Argentina contra a intensidade de equatorianos e colombianos, além do jogo direto e físico de paraguaios e venezuelanos. No detalhe, valem banco profundo, bola parada bem treinada e capacidade de adaptar plano de jogo a cada viagem — de Quito à Buenos Aires, de Assunção à Lima.
Com datas definidas, grupos incendiados e elenco sob avaliação jogo a jogo, a fase de grupos promete separar quem está pronto para o sprint final. A partir de agosto, começa outra competição: mais curta, mais tensa e sem margem para erro.